Saiba como identificar o autismo em crianças nos primeiros anos de vida

Pessoas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) costumam apresentar sinais ainda pequenas, entre o primeiro e o quinto ano de vida. Dificuldade em interagir e em se comunicar está entre eles.

 

No caso de bebês antes do primeiro ano, o autismo pode atrasar os marcos de desenvolvimento esperados para a idade, como sentar, engatinhar e dar os primeiros passos, realizar contato visual.

 

Assim, é essencial manter um olhar atento para possíveis características nas crianças, a fim de iniciar precocemente a intervenção terapêutica. Continue a leitura e saiba como identificá-las de acordo com a faixa etária!

O Transtorno do Espectro Autista

O TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento que se caracteriza, principalmente, por déficit de socialização e de comunicação, comportamentos estereotipados, além de interesses restritos ou hiper focos, que podem variar ao longo dos anos. 

 

Vale ressaltar que, por ser um transtorno complexo, os comportamentos e dificuldades variam de pessoa para pessoa, o que reforça a compreensão de que a presença de uma ou mais características não necessariamente seja um caso de TEA. 

 

Além disso, é importante destacar que crianças e até mesmo adultos com o diagnóstico confirmado podem desenvolver níveis de necessidade de suporte diferentes (nível 1, nível 2 e nível 3 de suporte). Isso quer dizer, por exemplo, que algumas pessoas podem ter facilidade na realização de qualquer atividade diária, enquanto outras necessitam de auxílio para fazê-las, como por exemplo se alimentar.

Atenção aos sinais!

A maior parte das características de autismo está relacionada à interação social, à comunicação e ao comportamento que tende a aparecer nos primeiros anos de vida. Mas cada criança é única, e isso faz com que o nível do TEA varie entre as pessoas.

 

Vale esclarecer que a classificação do nível é baseado no nível de suporte demandado, sendo: nível 1 – autismo leve; nível 2 – autismo-moderado; e nível 3 – autismo severo, conforme Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – 5ª edição (DSM-5).

 

Sinais comuns e que podem surgir em qualquer idade:

 

Interação social:

 

• Não demonstra reação mediante sorriso ou expressões faciais vindos dos pais.
• Não direciona a visão aos objetos quando alguém os aponta.
• Não realiza contato visual ao ser chamado pelo nome
• Apresenta dificuldade em cumprir comandos e instruções de 1 passo .
• Encontra dificuldades ou desinteresse em fazer amizade.

 

Comunicação:

 

• Atraso na fala e comunicação, não fala palavras soltas, ou realiza pedidos (me dá)
• Repete frequentemente o que escuta, mas não entende. (ecolalia) 
• Quando chamado pelo nome, não responde, mas pode apresentar reação para outros sons.
• Aparenta não querer se comunicar.
• Não inicia ou continua uma conversa.
• Pode apresentar uma boa memória, principalmente quando se trata dos números ou assunto de muito interesse. (hiperfocos)
• Pode ter regressão da fala

 

Comportamento:

 

• Costuma balançar ou girar o corpo e as mãos repetidamente. (estereotipias – flapim)
• Anda na ponta dos pés.
• Segue rotinas e tem dificuldade com mudanças.
• Brinca apenas com parte dos brinquedos ou alguns em específico.
• Não demonstra sentir dor.
• Pode apresentar sensibilidade para cheiros, sons, luzes, toques e texturas.

Sintomas de autismo infantil por faixa etária

O autismo é um transtorno que apresenta várias e diferentes características, o que dificulta o estabelecimento de um padrão capaz de apontar a sua presença.

 

Sabe-se que os primeiros sinais aparecem antes dos três anos, intensificando-se aos 5 anos, e podem perdurar por toda a vida. 

 

A seguir, confira as principais características que surgem nas crianças de 1 a 5 anos de idade com TEA.

1º ano de vida

Nessa idade, uma criança com autismo dificilmente responde ou escuta quando é chamada pelo nome, mesmo que repetido inúmeras vezes. Além disso, ela:

 

• Não faz o gesto de “tchau” com as mãos (não imita).
• Ainda não pronunciou nenhuma palavra entendível.
• Os movimentos não têm uma direção determinada.
• Não indica nenhum tipo de desejo.
• Não desenvolve a curiosidade pelas pessoas.
• Não realiza contato visual

Aos 2 anos

Essa idade é conhecida como a crise dos dois anos ou a fase da “adolescência do bebê”. Quando a criança tem TEA, ela dificilmente leva objetos até os pais ou demais pessoas na intenção de promover uma interação. Ou então, ela leva, mas não estabelece nem mantém contato visual.

 

Nessa idade, os sinais ficam mais evidentes:

 

• Não costuma indicar desejos e, quando demonstra, o faz com a mão de terceiros na intenção de apontar o que quer.
• Apresenta dificuldade em se atentar quando alguém aponta algo.
• Não responde quando é chamado.
• Dificuldade em demonstra as emoções por meio de gestos ou expressões faciais.
• A criança é vista por terceiros como independente.
• Isola-se de outras pessoas.
• Geralmente apresenta dificuldades em permanecer em ambientes com muitos ruídos.

Entre 3 e 5 anos

É a partir dessa faixa etária que as características da criança começam a ser percebidas com mais clareza pelos pais ou responsáveis. Assim, cria-se um alerta mais efetivo de que algo está atípico.

 

• Apresenta atraso perceptível na fala (existem casos em que a criança tem a sua fala suspensa).
• A ausência do contato visual se torna mais concreta.
• Continua sem apontar para objetos.
• Age como se não ouvisse.
• Torna-se ainda mais sensível com alguns tipos de sons ou ruídos.
• É comum recusar alimentos com texturas diferentes e apresentar seletividade.

 

Vale ressaltar que não existe a necessidade de a criança preencher todos os sinais citados acima para surgir o alerta do autismo. Ao menor sinal, procure orientação médica e intervenções precoces para um melhor sucesso terapêutico.

 

Assim, recomenda-se, dentro das abordagens, a psicoterapia, uma vez que ela visa auxiliar a criança a criar uma interação social, estimulando a comunicação e o comportamento. O acompanhamento psicoterápico pode proporcionar mais qualidade de vida e independência para crianças com TEA.

 

Se você está em busca de orientação ou até mesmo sessões de psicoterapia, venha nos conhecer. Atuamos de forma acolhedora e cuidadosa na abordagem com as crianças.

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